Não concebia governar sem planejar. Todas as suas campanhas foram desenvolvidas em torno de uma proposta de realizações. Cada administração que esteve sob sua responsabilidade seguiu um Planejamento Estratégico e Planos Setoriais. Quando interventor, governou com os planos do Governo Federal, porém, dando espaço à participação dos investidores através do Conselho de Expansão Econômica. Quando assumiu o primeiro mandato como governador eleito, governou seguindo as diretrizes apontadas no plano A Meta é o Homem, com que se apresentou como candidato.
E ao assumir seu segundo mandato como governador eleito, governou obedecendo ao Plano de Desenvolvimento Integrado – Pladi. Completou essa sua idéia com a criação da Secretaria de Planejamento.
Desde o tempo de Interventor do Estado, colocava a necessidade de integrar o planejamento da produção agrícola e da política viária para escoamento das safras entre os Estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Todas as estradas que planejou obedeciam a esse critério. As principais ferrovias e rodovias eram vias de penetração em direção ao Oeste e se interligavam com o Porto de Santos, que queria fosse o embarcadouro da produção também do Paraguai e da Bolívia.
O Pladi, apresentado em 1964, define as tendências da evolução da economia paulista e o papel que o poder público espera desempenhar no triênio 1964/66. O plano é normativo no que se refere a investimentos do Estado e indicativo para o setor privado e fixa meta de crescimento da economia em 7% quando o crescimento demográfico estava em 3,5%. Prioriza para o Vale do Paraíba a promoção de condições humanas de vida e trabalho e a ampliação do mercado de trabalho pela criação de novas atividades.
Outro ponto forte durante sua gestão de 1963/66 foi propiciar a divisão do Estado em Regiões Administrativas.
O ciclo do café em São Paulo começou no Vale do Paraíba, mas essa região permaneceu algumas décadas abandonada, de tal forma que chegou a ver sua população diminuída. O maior problema era o das inundações e suas seqüelas sanitárias, inutilizando mais de 35 mil alqueires de terras férteis.
Em sua primeira administração, iniciou os trabalhos do que qualificava dereerguimento dessa região. Para isso, criou o Serviço de Melhoramentos do Vale do Paraíba, com mais de 20 engenheiros dirigindo turmas empenhadas na coleta dos dados hidrológicos topográficos e geológicos indispensáveis ao estudo dos problemas.
Em novembro de 1939, anunciava que em seis meses haviam estudado 120 km de rio, compreendendo uma área de 40 mil hectares.
O Pladi, elaborado para sua administração de 1963-66, priorizava para o Vale do Paraíba a promoção de condições humanas de vida e trabalho e ampliação do mercado de trabalho pela criação de novas e mais rendosas atividades.
Tradicionalmente uma das mais atrasadas e abandonadas regiões do Estado. Achou com acerto que o melhor caminho para o desenvolvimento da região era seguir sua vocação mineradora desde os tempos coloniais. Mandou explorar as minas de ouro, chumbo, estanho, zinco, cobre, ferro e mármore da região, construindo usinas em Apiaí e Iporanga, represando o rio Palmital para gerar a energia necessária.
Em novembro de 1939, na reunião de interventores federais, anunciava que“nessa região estamos instalando usinas capazes de fornecer ao país, e sobretudo às forças armadas, nada menos de 10 toneladas diárias de chumbo, e podemos produzir também 300 a 400 gramas diárias de prata”.
Anos depois, em 1955, falando a empresários no Rio de Janeiro, lamentava que a Usina de Apiaí não tivesse prosseguido em sua importante tarefa, que produzia 10 toneladas de chumbo quando deixou o governo e disse não saber o que ocasionou a paralisação.
Inaugurou Centros de Saúde e escolas em pelo menos oito municípios da região e a 18/1/50 inaugurou o único hospital até hoje construído no Vale do Ribeira, o Hospital Regional de Pariquera Açu. Em dezembro de 2000, a comunidade de Pariquera Açu comemorou festivamente o 50º aniversário da conclusão das obras desse hospital.
Ele acreditava “que não existem raças nem povos inferiores ou indolentes. O que existe, isto sim, como no caso particular de que tratamos (o subdesenvolvimento do Vale do Ribeira), é falta de uma orientação assistencial que eduque a população no sentido de despertar-lhe e assegurar-lhe os princípios de uma vida elevada e digna, que é a que merece a pessoa humana. Proporcionamos, pois, a ela toda assistência de que necessita e vê-la-emos transformada no poderoso fator de trabalho e progresso, que é o elemento homem, forte, sadio e civilizado”.
Para integrar a região à economia do Estado, providenciou a ligação por mar entre Iguape e Santos, e completou a linha férrea da Sorocabana no trecho Juquiá – Santos. Promoveu também a recuperação do serviço de navegação fluvial na bacia do Ribeira, que estava a cargo de empresa particular, passando-a para a Sorocabana. Para muitos dos povoados da região o único contato com a civilização era a chegada do barco com o correio, o padre para casamentos e batizados. Mais tarde, foi providenciado um barco hospital que atendia a população do Vale.
Quando assumiu o governo, eleito, em 1947, a situação da agricultura – particularmente nas culturas de banana e arroz – estava bastante deteriorada por causa das enchentes. Solicitou, então, um estudo indicando as providências a serem adotadas imediatamente, as quais foram efetivamente realizadas: Ponte sobre o Rio Juquiá, em Santo Antonio de Juquiá; Ponte sobre o Rio Ribeira de Iguape, em Registro; Construção de estradas de rodagem que façam ligação de Iporanga com Xiririca (Eldorado Paulista) )passando pelas barras do Turvo, Braço e Batatal) e de Iporanga a Serrana, passando por Braço; Construção de um trecho de estrada de rodagem ligando diretamente às minas de fosfato de Jacupiranga à estrada da ex-colonia, para dar saída rápida do minério até o Mar de Cubatão; Recomeçar e concluir a construção da estrada de Biguá à Iguape, em uma extensão de 50 km, dos quais 12 já estão concluídos; Construção de um cais atracável no Cubatão, no mar do mesmo nome, para escoamento dos produtos regionais por via marítima; Proceder o balisamento da Barra do Icapara; Desobstrução do Rio Ribeira e seus afluentes em seus trechos navegáveis; Reaparelhamento dos navios da antiga Cia. De Navegação Fluvial Sul Paulista e reiniciar regularmente o transporte fluvial marítimo; Regularizar o serviço de navegação, em canoas com motor de popa, entre Xiririca e Iporanga; Regularizar o serviço de correio em Iporanga; Facilitar a criação de uma linha regular de ônibus entre Iporanga e Apiaí; Prolongar a Estrada de Ferro Sorocabana além de Juquiá, conforme plano já existente; Prosseguir a construção da estrada de rodagem Juquiá a Santos; criação de uma Estação Experimental Tropical em Santos; Criação de um campo de produção de sementes e mudas, destinado a atender os agricultores do litoral, em Registro; Criação de um Posto Zootécnico, em Registro; Criação de um Posto de Monta, em Xiririca; Criação de uma Escola de Pesca, em Iguape; Criação de uma Escola Profissional Mista, em Registro; Criação de um Centro de Saúde, em Iporanga; Reaparelhamento dos Centros de Saúde e de meios para facilitar a permanência dos médicos nas suas zonas, dando maior eficiência ao serviço.
Em 1950, mandou construir o Aeroporto de Pariquera Açu e, quando retornou ao governo em 1963, instruiu a equipe do Planejamento de sua administração a preparar o Plano Global para o Desenvolvimento do Vale do Ribeira e Litoral Sul. O Plano previa obras contra cheias, irrigação e drenagem, geração de energia, abastecimento de água e urbanização.