segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Agricultura e Abastecimento

Entendia que o desenvolvimento da agricultura dependia de créditos a custo acessível, fomento à produção diversificada (policultura), silos, tecnologia, e vias de escoamento e distribuição. Para alcançar esse objetivo, primeira preocupação como governador foi organizar o setor agrícola.

No planejamento para o período 1947-1951, propôs a intensificação da produção agrícola para estimular o trabalho e a riqueza no interior do Estado, favorecendo a indústria e o comércio nos grandes centros. Instituiu o Cadastro Agrícola do Estado, realizou o Programa de Experimentação de Produção para Difusão do Cooperativismo. Só em 1940, através do Departamento de Fomento ao Cooperativismo, surgiram 64 novas cooperativas. Para 1950 já deveria alcançar 320. A safra relativa ao ano agrícola 1939/40 foi superior a qualquer outra colheita no estado anteriormente.

Propiciou a reorganização do Instituto Biológico de Defesa Agrícola e Animal e do Departamento Geográfico e Geológico. Criou a Comissão de Assistência Técnica aos Lavradores; elaborou o Plano de Colonização e Pequenas Propriedades e instalou a Colônia Agrícola Holambra, para imigrantes holandeses. Para executar o plano de mecanização da lavoura o Banco do Estado financiava a produção, deduzindo as despesas com a mecanização.

Outra prioridade dos governos comandados por Adhemar de Barros, para alicerçar o desenvolvimento agrícola, foi a formação e capacitação de técnicos através de escolas profissionalizantes disseminadas por todas as regiões do Estado.
Em 1948 realizou um Congresso Rural para receber sugestões sobre desenvolvimento agrícola. Em 1964 criou o Fundo de Expansão Agropecuária e, entre 1965/66, ampliou o volume de recursos destinados à agricultura e pecuária que eram de 7% para 11% do orçamento.

Paralelamente a organização da produção, foi realizado o planejamento viário com a finalidade de escoar a produção para os centros de consumo e também de exportação. O plano viário e de transporte era parte da estratégia de desenvolvimento que Adhemar propôs a cada administração que dirigiu, como Interventor e como Governador eleito para dois mandatos.

A preocupação maior no planejamento, tanto da questão agrícola como da de transporte, era o abastecimento dos centros urbanos, particularmente a capital, e o acesso dos produtos exportáveis ao porto de Santos. Nelson A Rockefeller, magnata dos Estados Unidos com grande influência na política de relações exteriores daquele país, em carta dirigida a Adhemar de Barros dizia: “não há dúvida alguma que o seu projeto para tornar possível as facilidades de comunicação modernas à enorme seção agricultural de seu Estado, ajudará imensamente a distribuição de produtos agrícolas e manufaturados. Além disso, aumentaria o abastecimento de comestíveis nas suas cidades, faria com que os rendimentos dos fazendeiros dos subúrbios aumentassem…”.

Sua preocupação com a produção e distribuição da produção agrícola tinha implícita sua preocupação com a saúde e bem estar da população: Explicava Adhemar: “(…) em todo programa de abastecimento não basta estocar mercadorias e suprir mercados: é preciso ir mais além, providenciar no sentido de criar condições indispensáveis à saúde do povo, mediante uma dieta alimentar adequada”.

No Plano de Desenvolvimento Integrado -Pladi, propôs criar centros de abastecimento nas cidades com mais de 100 mil habitantes; construiu o maior entreposto de distribuição de alimentos, o Ceasa e elevou para 400 mil toneladas, ou seja, cinco vezes mais, a capacidade da Rede de Silos distribuidores; 500 mil toneladas de capacidade para os silos coletores. Ao criar o Ceagesp, em 1949, elevou a capacidade armazenadora de 15 mil toneladas para 600 mil toneladas. Propiciou também a construção de um entreposto de pesca em Santos e de armazéns especiais frigorificados para pescados no Ceasa e no interior. O Ceasa, no Jaguaré, alterou profundamente o sistema de abastecimento da capital e do interior.