segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

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Acervo de Adhemar de Barros


O projeto de pesquisa, recuperação, classificação e arquivamento do Acervo de Adhemar de Barros, bem como a confecção do Banco de Dados de Referência foi inteiramente desenvolvido pela Nova Sociedade Comunicação com equipe de consultores independentes e estagiários e a coordenação geral do jornalista e ensaísta Paulo Cannabrava Filho. Os procedimentos para pesquisa e classificação foram planejados e implantados por Suely M. Grisanti, mestre em história, graduada em biblioteconomia que treinou a equipe inicial. A etapa de implementação e atualização dos procedimentos de pesquisa e classificação foi desenvolvida pela socióloga com especialização em Patrimônio Cultural Silvia Maria do Espírito Santo.

A pesquisa iconográfica na área de fotografias contou com a orientação técnica do fotógrafo e pesquisador Iatã Cannabrava. As sistematizações foram elaboradas pelo coordenador geral auxiliado por suas assistentes. Integraram a equipe de trabalho: Dra. Carla Renata Ferreira, engenheira, como assistente da coordenação geral; Mestranda Denise Carvalho, jornalista, como assistente da coordenação geral; Cláudio Oliveira Ribeiro – mestrando em sociologia, na pesquisa de documentos; Kátia Regina Riedel – mestranda em sociologia urbana, na pesquisa de documentos; Mirian Della Posta de Azevedo – acadêmica de história, na pesquisa de documentos; Andréa Costa Soares – acadêmica em Artes Cênicas, na pesquisa iconográfica; Mariana de Oliveira Sampaio – acadêmica em Arte Fotográfica, na pesquisa iconográfica; Silvina Andréa Bianchini – acadêmica de história, na pesquisa iconográfica e histórica; Rodrigo O. Ribeiro – acadêmico de história, na pesquisa de documentos; José Maria Pereira Lopes – especialista em pesquisa na área de cinema e vídeo, na pesquisa iconográfica de imagens em movimento; Viviani Lorençon de Souza – programadora de informática – encarregada do desenvolvimento do banco de dados; Gislene Pogetti Chaves – especializada em editoração eletrônica – encarregada da programação em HTML; Ana Lúcia Marcondes, artista plástica, encarregada da programação visual.

*Acervo de Adhemar de Barros: http://www.adhemar.debarros.nom.br/

Interior de São Paulo

Adhemar de Barros foi mesmo um realizador de obras. E foi diferente dos demais administradores que governaram São Paulo porque além de atender as emergências, administrava com planejamento de curto, médio e longo prazo. Será difícil, se não for impossível, encontrar uma cidade do interior paulista que não tenha pelo menos uma obra realizada por Adhemar de Barros em uma ou mais de suas gestões como governador do Estado.

Cidade de São Paulo

São Paulo elegeu o seu primeiro Prefeito somente em 1954, quando conquistou a emancipação política. Até então, os responsáveis pela administração eram os próprios Governadores, que nomeavam seus Prefeitos. Foi responsável pela administração de São Paulo quando foi interventor, de 1938 a 41, como Governador eleito, de 1947 a 51, e finalmente, de 1957 a 61, eleito Prefeito por eleição direta. Quando interventor, criou o Departamento das Municipalidades, para planejar e gerenciar as administrações.

Manteve no cargo Francisco Prestes Maia, Prefeito nomeado por seu antecessor. Para quem tudo devia ser planejado, deu todo apoio e recurso que Maia necessitava para melhorar a capital.
Em suas gestões, realizou muitas obras para e pelo Estado e que também contribuíram para renovar a paisagem paulistana. Cabe mencionar o edifício do Banco do Estado de São Paulo; a Biblioteca Municipal; o edifício da Caixa Econômica Federal de São Paulo; o prédio do Instituto de Previdência do Estado; Edifício da Secretaria da Fazenda. Muitas de suas obras são referências nacionais como o novo Viaduto do Chá e Parque do Anhangabaú, o Túnel e a Avenida Nove de Julho, as Avenidas Celso Garcia, Tiradentes, Campos Elíseos, Radial Leste, Itororó (23 de Maio). A urbanização do Rio Tietê e a canalização de vários de seus afluentes – que além de provocarem inundações estavam sendo transformados em esgotos a céu aberto – aliadas à construção de galerias pluviais foram outras das suas preocupações. Foram construídas em suas administrações as pontes das Bandeiras, Casa Verde, da Lapa, do Limão.

O turismo urbano também foi incentivado por Adhemar. Em 1940, adquiriu terras e criou um parque no Pico do Jaraguá, preservando a mata nativa numa extensão de 45 milhões de metros quadrados.

Em 1939, criou o Departamento de Zoologia da Secretaria de Agricultura, que assumiu a seção de zoologia do Museu Paulista, com a denominação de Museu de Zoologia. Em 1969, integrou-se à USP. Em 1947, criou o Conselho de Orientação Artística para promover e coordenar atividades artísticas. Nesse mesmo ano, inaugurou o VII Salão Paulista de Belas Artes. Foi também o responsável pela reforma da estrutura do Museu Paulista, no Ipiranga, que é subordinado a USP.

Em 1940, liberou recursos para a construção e habilitação da Biblioteca Municipal Mário de Andrade. Também construiu, na capital, um número expressivo de escolas, faculdades, centros culturais, instituições que contribuíram para transformar a cidade no principal pólo cultural do país. Instituiu o Departamento de Educação Física – DEF – e o complexo olímpico da Água Branca, hoje denominado Baby Barioni. O Autódromo de Interlagos – inaugurado em novembro de 1939 – foi o primeiro a ser construído no Brasil. O Estádio Municipal do Pacaembu e a sua Praça de Esportes foram inaugurados em 1940.

Política Social

Seguindo orientação do governo federal, foi criado o Departamento de Assistência Social do Estado, com o objetivo de, segundo decreto de Vargas, “diminuir ou suprimir as deficiências ou sofrimentos causados pela pobreza ou pela miséria ou oriundos de qualquer outra forma de desajustamento social, e de reconduzir, tanto o indivíduo como a família, na medida do possível, a um nível satisfatório de existência no meio em que habitam”.

Fato novo na política brasileira foi o trabalho da esposa de Adhemar, D. Leonor Mendes de Barros, na área social. Ela revolucionou o papel da mulher junto ao Estado: jamais aceitou ser somente uma dona de casa. Católica praticante, considerava que tinha uma missão por cumprir e pôs-se a trabalhar. D. Leonor dirigia pessoalmente o trabalho social e desenvolvia campanhas periódicas – como a do agasalho e o Natal da Criança, distribuindo alimentos e brinquedos; apoio às creches, amparo às crianças abandonadas e enfermas.

Criou e presidiu a Bandeira Paulista contra a Tuberculose. Fundou a Assistência Social Leonor Mendes de Barros e a Casa Maternal, na capital. Colaborava com a Associação Evangélica Beneficente de Santos e com a Liga de Assistência Social e Combate à Tuberculose de São José dos Campos.

Fundou e manteve os Pavilhões Leonor Mendes de Barros e Nossa Senhora das Graças, ambos no complexo do Hospital do Mandaqui; o abrigo de Emergência na Moóca e em Sorocaba. Colaborava na manutenção do Sanatório de Bussocaba, em Osasco; dos Pavilhões Sóter de Araújo e Guilherme Álvaro, em Santos. Na área de Proteção à infância, inúmeras creches foram patrocinadas ou construídas com o seu apoio.

Realizava todos os anos a Campanha de Natal das Crianças Pobres e, no inverno, a Campanha do Agasalho. Foi iniciativa sua a criação da Casa Maternal para atenção às mães solteiras. Foi também uma grande promotora política nas campanhas eleitorais. Liderou a criação do Movimento Político Feminino, fundado em setembro de 1947. Criou o Departamento Feminino no Comitê da Vitória na campanha de 1954. Participava dos comícios, organizava festas e reuniões.
Desde sua primeira gestão, a maior preocupação na área social eram as crianças.

Para as abandonadas, remodelou o Instituto Modelo de Menores e, em 1940, inaugurou mais quatro pavilhões-dormitório e o pavilhão para menores no Instituto Padre Chico, especializado no atendimento a cegos. Em 1947, instituiu a Fundação do Bem-Estar do Menor e criou os primeiros Conselhos Comunitários de Bem-Estar Social. Em 1960, inaugurou o Instituto Municipal de Educação de Surdos, especializado em crianças. Em 1961, criou o Centro Assistencial de Vila Prudente. No período 1963 a 66, criou o Plano Estadual de Assistência e o Programa de Proteção a Mulher, Crianças e Inválidos. Construiu também o Instituto para Menores e instituiu o Serviço de Remuneração do Albergue Noturno da capital.

Para a questão do menor abandonado, reestruturou o Instituto Modelo de Menores, inaugurando em 1940 quatro pavilhões dormitórios para acomodar 160 internos e um pavilhão no Instituto Padre Chico, especializado no atendimento a cegos. Na gestão iniciada em 1947, propiciou estudos para a criação da Fundação do Bem-Estar do Menor e criou os primeiros Conselhos Comunitários de Bem-Estar Social. Em abril de 1957, como prefeito da capital, libera recursos para conclusão das obras da sede da Sociedade de Albergues Noturnos, no Cambuci. Nessa mesma época libera recursos para o Lar Escola São Francisco.

Em setembro 1960, inaugurou o Instituto Municipal de Educação de Surdos, especializado no atendimento a crianças. No período 1963 a 66, criou o Plano Estadual de Assistência e o Programa de Proteção a Mulher, Crianças e Inválidos. Construiu nessa gestão o Instituto para Menores na capital. Instituiu também o Serviço de Remuneração do Albergue Noturno da capital.
Foi o primeiro administrador a criar Serviço de Comunidades ligado aos Conselhos Comunitários de Bem-Estar Social.

Esse serviço realizou o Trabalho Piloto da Comunidade de Vila Gumercindo. Em 1965, providencia a reforma da Associação dos Surdos e Mudos do Estado de São Paulo, na capital.
Na área de assistência ao trabalhador, instituiu cursos de especialização para operários, em parceria com instituições privadas e organizações de trabalhadores. Desde sua gestão iniciada em 1947, vinha executando um Plano de Desfavelamento do Estado e criou o Plano da Casa Própria – o Cecapi –, programa de construção de casas populares. Em junho de 1960, promulga Lei que cria o Instituto Municipal de Previdência, cuja finalidade é construir, em terrenos municipais, casas populares que serão vendidas com financiamento de longo prazo.
Foram aprovadas diversas leis para os Servidores: 21/2/1948 – Lei nº 74, por meio da qual foi extinta a repartição do Serviço Civil e concomitantemente desdobrado o Quadro Geral do funcionalismo em quadros parciais por Secretarias de Estado, voltando a estas o controle da vida funcional de seus servidores; 14/3/1948 – inaugura diversos melhoramentos públicos. Pedra fundamental do prédio, que servirá de sede para o Instituto de Previdência do Estado; 11/6/1960 – Projeto de Lei encaminhado ao Prefeito Adhemar de Barros, que dispõe sobre a criação do Instituto Municipal de Previdência.

Sua finalidade é construir, em terrenos municipais casas populares, que serão vendidas em longo prazo; 1949 – Projeto Asdrúbal da Cunha (Fonte: Jornal O Cruzeiro).

Política de Segurança Pública

Entre 1938 e 1939, promoveu a reforma da Penitenciária do Estado, que passou a ser considerada uma das melhores do mundo e estava incluída no roteiro turístico da cidade.

Em 1947, priorizou a descentralização da atividade policial com a criação das Delegacias Circunscricionais, na capital, a instalação de distritos policiais nos bairros industriais e a construção de novas delegacias no interior.

Para enfrentar o aumento da criminalidade e os surtos grevistas, reestruturou o aparelho policial, ordenou estudos para a criação da Polícia Feminina do Estado e para a reestruturação da Força Pública. Enfatizou planos de Descentralização Penitenciária e obras na Casa de Detenção, no Presídio Tiradentes e no Presídio da Rua do Hipódromo. É desse período a criação da Escola de Polícia e do Policiamento Móvel Motorizado, com as Radiopatrulhas e o Agrupamento para Policiamento Geral e Urbano. Também dotou de novos meios de transporte as unidades policiais.

No período de 1947 a 1952, as atividades básicas no setor de segurança estavam relacionadas ao problema dos menores na capital e a processos de desapropriação e aquisição de terrenos e imóveis. Na questão dos menores, atacou o problema promovendo a reeducação e criando instituições corretoras. Instituiu os cursos de Assistência psicopedagógica para delinqüentes.

Quando Prefeito da capital, entre 1957 e 61, preocupado com as questões de Segurança procurava auxiliar o Estado no esforço de melhorar o desempenho do setor. Em julho de 1960, por exemplo, assinou Decreto declarando de utilidade pública terrenos localizados nas Ruas Camilo e Vespasiano, no bairro da Lapa, destinados à construção da Delegacia Circunscricional do 14º subdistrito, hoje a 7ª DP. Ainda como Prefeito, determinou, por meio de projeto de lei, a criação do Departamento Municipal de Trânsito e da Polícia Municipal.

No terceiro mandato, a ênfase de sua administração esteve nos Planos de Descentralização Penitenciária. Também promoveu obras na Casa de Detenção e no Presídio da Rua do Hipódromo. É desse mesmo período a criação da Escola de Polícia e do Policiamento Móvel Motorizado na capital. Também dotou de novos meios de transporte as unidades policiais. Governador, propiciou a Reforma da Secretaria da Justiça do Estado e criou o Departamento Jurídico do Estado. Criou também Postos de Identificação na capital e no interior e concluiu as obras de reforma da Penitenciária do Estado. Nesse mesmo ano, propiciou a transformação nas penitenciárias, nos trabalhos dos internos que deixam de ser meramente artesanais para entrar no ciclo industrial.

Administração Pública

Nos primeiros anos como administrador do Estado, promoveu ampla reforma administrativa, no entendimento de que para governar com eficiência deveria contar com uma retaguarda bem organizada. Esse empenho esteve presente como prioridade nas gestões subseqüentes. Além dos departamentos especializados, alguns dos quais posteriormente foram transformados em Secretarias, nos doze anos em que Adhemar governou São Paulo foram criadas sete Secretarias de Estado: Secretaria da Saúde; Secretaria da Educação; Secretaria da Agricultura, Indústria e Comércio; Secretaria do Interior; Secretaria de Economia e Planejamento; Secretaria de Negócios Metropolitanos; Secretaria de Esporte e Turismo.

Na reforma administrativa para conseguir realizar seus planos, descentralizou o serviço público. Nesse aspecto, outro ponto forte de sua administração foi propiciar, durante sua gestão de 1963/66, a divisão do Estado em Regiões Administrativas.

Outro ponto forte foi com relação ao trabalhador dos serviços públicos. A reforma administrativa contemplou ampla reforma no sistema de cargos e salários, introduziu concurso onde não havia, e propiciou amplos programas de capacitação do funcionalismo. Paralelamente, reorganizou o Instituto de Previdência, reformou o Hospital do Servidor Estadual, construiu boa parte do Hospital Municipal, além de realizar programas de construção de moradias.